Monday, September 21, 2009


                                    Letramento
Lendo o texto da disciplina Linguagem e Educação de Angela B. Kleiman, "Conceito de letramento e suas implicações para alfabetização", deparei-me com um trecho que me chamou atenção e me fez refletir,
"Determinar o que seja um texto significativo para a comunidade implica,por sua vez, partir da bagagem cultural diversificada dos alunos, que, antes de entrarem na escola, já são participantes de atividades corriqueiras de grupos sociais que, central ou perifericamente, com diferentes modos de participação mais ou menos autônomos, mais ou menos diversificados, mais ou menos,prestigiados), já pertencem a uma cultura letrada."
Pois muitas vezes temos que seguir os tais de conteúdos mínimos estabelecidos para o currículo definido para todas turmas, de acordo com os parâmetros supostamente representativos.
Costumo ouvir meus alunos e planejar de acordo com seus interesses,mas infelizmente a escola ainda separa o letramento social do escolar,está presa ainda a conceitos ultrapassados, não valorizando a bagagem que o aluno traz, do mundo e de seu meio, de quanto pode nos ensinar também.
Isso está mudando,embora as escolas ainda não estejam preparadas,mas alguns profissionais estão lutando, mesmo não sendo fácil, pois encontramos obstáculos,como o que aconteceu em uma aula do laboratório de Informática da minha escola com a minha turma de 4 ª série, em uma discussão em sala de aula, veio a curiosidade da descendência deles,pois questionaram as diferenças entre eles, sendo todos brasileiros, conversas, esclarecimentos, dúvidas e certezas vieram à tona, perguntando como gostariam de resolver a questão. sugeriram pesquisar no laboratório de informática os imigrantes,pois possuíam um conhecimento prévio de suas descendências.
Ao chegar no laboratório e informar a professora do que queríamos, fomos surpreendidos com o seguinte comentário:
- Mas isso não é conteúdo deste trimestre,é do 3º trimestre.
Respondi:
-Não tem importância, eles querem saber agora.
A professora respondeu:
- Diz que depois eles vão aprender.
Não preciso relatar que insistimos até conseguirmos o que queríamos.
Mas muitas vezes podamos os nossos alunos com essas atitudes, de que não é hora, a hora é a hora que eles desejam aprender,  por isso não vamos mais nos preocupar de ante mão com o planejar, este vai fluir naturalmente de acordo com as necessidades de aprender dos mais interessados,os alunos, e vamos estar lá para orientá-los nesta caminhada.

2 comments:

Adriana Irigaray said...

Oí Denise, precisamos estar atentos para as necessidades de nossos alunos, fugindo dos "velhos planejamentos", e buscar o que vêm de interesses deles. Nem sempre é fácil, mas precisamos contribuir para mudarmos os pensamentos de alguns colegas professores.
Abraços
Adriana

Simone said...

Denise realmente esses comentários da professora chamam muito a atenção. Lembras se alguma vez já fizeste isso? Quantas professoras por ai não devem "matar" o desejo de seus alunos por aprender algo que lhes interessa em determinado momento? Chegaste a conversar com essa professora sobre isso?
Um abraço, Simone - Tutora sede